Eduardo Chaves e o Presente

A vida é mesmo maravilhosa.
É verdade que exige esforço, mas está repleta de possibilidades para o nosso conforto. E quando uma possibilidade de conforto vira realidade é justo chamá-la de presente. #legeduca
Recebemos diariamente um bombardeio de notícias assustadoras sobre tudo que nos cerca, segurança, saúde, ecologia, tudo. A quantidade e a complexidade dos problemas são tantas que chegamos a acreditar que “não tem mais jeito”. Já repetimos e ouvimos tanto isso, que os assuntos parecem encerrados: “não tem mais jeito”.
Essa certeza de que não há solução dá medo. Temos medo de morrer afogados nesse tsunami de problemas. E sem ter para onde fugir do tsunami, ficamos paralisados. Estamos assim, como estátuas, levando uma vida petrificada.
É, mas a vida é mais forte que a pedra.
Apesar das nossas impotências, temos possibilidades. Somos capazes de transformar muita coisa, inclusive as nossas certezas.
Ao olhar para a certeza de que “não tem mais jeito” é possível transformar o texto. Não é fácil, mas é possível. Requer esforço, estudo, reflexão, experiência e, sobretudo “o gosto pelo saber, o entusiasmo pela descoberta, o desejo constante de aprender”, como é o caso de Eduardo Chaves.

Eduardo Chaves, cujo perfil é incabível entre vírgulas (http://chaves.com.br/), fez isso, transformou o texto. Ele olhou para o “não tem mais jeito” e reescreveu: não é a Educação que não tem mais jeito, é o caminho que não tem mais jeito.
O caminho da Educação num país é estabelecido pelas leis que criam estruturas, meios e ações para a realizar educação. Esse conjunto de coisas criadas pelas leis chama-se Sistema Educacional, esse é o sinônimo de ‘caminho da Educação’. Enquanto estão olhando para ‘Educação’, Eduardo Chaves mira no ‘caminho’, o Sistema Educacional.
Nosso Sistema Educacional é um caminho inadequado para realizar educação hoje. É um Sistema Burocrático do século XIX, ou seja, preocupado principalmente com a centralização da informação e com a obediência cega à hierarquia, desprovida de reflexão. Informação centralizada e obediência cega, é esse o mundo de hoje? Não, esse mundo é passado. Pertence a um tempo em que as relações humanas eram poucas e estáticas.
O presente é diferente. Hoje nossas relações com as pessoas e com as informações são muitas e dinâmicas. Entretanto, o Sistema Educacional continua no caminho da burocracia, o caminho que impede todos, do aluno ao Ministro da Educação, de alcançar educação para as relações humanas e intelectuais do presente. É isso, o passado está morto e nosso Sistema Educacional Burocrático é um defunto.
É justo que essa comparação do Sistema Educacional com o defunto seja chamada de presente. Tanto por ser a realidade presente, como por ser um presente que Eduardo Chaves deu para a Educação, ou seja, para cada brasileiro.
Esse presente veio em forma de artigo: “A arte de maquiar defuntos e as pseudoinovações educacionais” (imperdível, clique aqui). Diante do nosso medo do tsunami, vem esse artigo para nos ajudar. Enquanto todos estão em volta do caixão velando o defunto, vem uma voz amiga e conforta. Calma, a morte nos abala, mas a vida continua. É hora de encerrar o velório. “É preciso encarar a realidade e enterrar o defunto.”
Obrigada pelo presente. Eu e milhões de brasileiros precisávamos que uma voz potente como a tua convidasse os envolvidos com a Educação a sair do velório e fazer o enterro. E você assumiu essa responsabilidade, mesmo sabendo que muitos não gostariam de ouvir isso. Desejo arduamente que eles entendam a urgência do teu convite.
Da minha parte, com uma mão continuarei a chamar todos que eu puder para ajudar no enterro do Sistema Educacional Burocrático. E com a outra farei o possível para colaborar com o nascimento de um Sistema Educacional que viabilize educação plena às pessoas que existem hoje no mundo de hoje.

A vida é mesmo maravilhosa. Enquanto a certeza nos paralisa, a dúvida nos põe em movimento. Assim, paro por aqui para pensar numa questão: Qualquer que seja esse sistema, será que ele poderá viabilizar a educação sem que viabilize boa renda e boas condições aos que atuam direta e profissionalmente no processo ensino-aprendizagem?




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5 comentários:

  1. Querida amiga Valéria...

    A tempos não lia algo tão lúcido, sobre o nosso sistema educacional. Impossível não se lembrar de "Sentado à beira do caminho", como já dizia Roberto e Erasmo: "Olho pra mim mesmo, me procuro e não encontro nada
    sou um pobre resto de esperança à beira de uma estrada"... "Preciso acabar logo com isso, Preciso lembrar que eu existo".

    Vamos lá! é hora de arregaçar as mangas, e fazermos algo!

    Abraços...

    Prof. Suintila

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  2. Cara amiga Valéria...

    Impossível não lembrar da "Sentado à beira do caminho", de Roberto e Erasmo, ao ler seu artigo.

    "..Olho pra mim mesmo, me procuro e não encontro nada
    sou um pobre resto de esperança à beira de uma estrada.."
    "...Preciso acabar logo com isso
    Preciso lembrar que eu existo..."

    Vamos lá!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Cara Valéria:

    Só hoje, 4/6/2017, redescobrimos (na verdade, foi a Paloma...) esse seu artigo, que faz referência a mim e a um artigo meu. Muito grato por ele...

    Dois links, porém, estão desatualizados:

    O meu site principal deixou de ser http://chaves.com.br para ser https://chaves.space.

    O artigo a que você faz referência, “A arte de maquiar defuntos e as pseudoinovações educacionais”, não pode ser mais encontrado no blog da Ática e da Scipione, no site da Abril Educação (http://blog.aticascipione.com.br/eu-amo-educar/a-arte-de-maquiar-defuntos-e-as-pseudoinovacoes-educacionais/) porque a Abril Educação foi vendida (é agora Somos Educação) e retirou o blog do ar. Mas o artigo havia sido republicado por mim em um dos meus blogs, de modo que continua disponível, só que agora no blog Liberal Space, no seguinte link: https://liberal.space/2011/05/31/a-arte-de-maquiar-defuntos-e-as-pseudoinovacoes-educacionais/ .

    Mais uma vez, obrigado por ajudar a preservar as coisas que a gente publica na Internet e, depois, até esquece...

    Um abraço.

    Eduardo Chaves
    eduardo@chaves.pro

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    1. Que bom que recuperou o texto!!!
      Borá lá acabar com as maquiagens. :*

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